A Assembleia Geral Extraordinária da ANAF chegou ao fim, neste domingo (7), no Recife, com a intenção unânime dos 24 sindicatos e associações estaduais presentes ao evento de constituir a Federação Nacional de Árbitros de Futebol (FENAF). No entendimento de todos, esse é o primeiro e necessário passo para a sonhada independência da arbitragem brasileira.
Cinco estados, de posse de suas respectivas cartas sindicais, apresentaram a intenção de criação da Federação: Ceará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo. A proposta foi aprovada por todos os demais sindicatos.
“Um momento histórico para nós, que esperamos 25 anos por isso. No momento de caos a ordem foi reestabelecida. A Federação vem para lutar de igual para igual com a CBF. A única diferença é o orçamento. Estamos usando de todas as estratégias possíveis para que o árbitro brasileiro venha a ser valorizado. Agora com um detalhe: uma representatividade legítima dentro do campo judicial, com todas as armas possíveis. Com as contratações perfeitas que fizemos para que possamos ter êxito e possamos de fato abraçar e ser abraçado pelos árbitros brasileiros”, afirmou
“As entidades estão de parabéns. De 27 estados, estamos aqui com 24. Isso mostra a união, mostra que tudo que temos feito até agora tem credibilidade. Apesar da CBF não respeitar as entidades legitimadas, mas os representantes de classe mostraram que estão dispostos a libertar o árbitro brasileiro dessa escravidão que perdura há tanto tempo na mão da CBF e das federações”, disse Salmo Valentim.
“Eu quero agradecer em público ao presidente da CBF por ter tomado a decisão de romper com a ANAF. No rompimento dele, ele nos deu o que estávamos precisando há muito tempo: a nossa carta de alforria. A arbitragem precisa andar sozinha, a arbitragem não precisa de migalhas para sobreviver”.
Ajudaram a fundamentar a decisão durante a Assembleia os advogados Gislaine Nunes e José Carlos Feliciano, que palestraram aos sindicatos e associações. Dra. Gislaine, que é conhecida por sua atuação direta com a Lei Pelé, falou sobre sua experiência com o direito esportivo e a defesa pelo Direito de Imagem. Já Dr. Feliciano, que participou do processo de criação de várias entidades sindicais, apresentou as vantagem da criação de uma federação.
Integraram a Mesa da Assembleia, além do presidente Salmo Valentim, o presidente da FPF, Evandro Carvalho, o presidente do TJD-PE, Berillo Júnior, a vice-presidente do Sapfepe, Danielle Andrade, os advogados Gislaine Nunes e José Carlos Feliciano, e o ex-árbitro e assessor do Governo do Espírito Santo, Wallace Valente.
“Estamos vivendo um momento de divisor de águas para a arbitragem brasileira. Nunca foi dado um grito como esse pelos árbitros. No futuro, vão lembrar desse dia”, afirmou Wallace Valente. “Temos uma batalha dura pela frente, mas estamos renovando a nossa esperança nessa Assembleia. Sem dúvidas, estamos coesos e prontos para grandes vitórias”, disse Marçal Mendes, presidente do Sintrace.