O preconceito e a ignorância são vencidos com coragem. Declarar-se publicamente gay em um ambiente intolerante, machista e homofóbico como é sabidamente o nosso futebol é de uma bravura imensurável. Por isso, o posicionamento do mineiro Igor Junio Benevenuto precisa ser reconhecido, exaltado e aplaudido por todos. Que seu relato ao podcast “Nos Armários dos Vestiários” sobre uma vida de opressão possa servir para alimentar uma reflexão, uma autocrítica e uma mudança de mentalidade na sociedade brasileira. Orientação sexual nada tem a ver com competência profissional, caráter e comprometimento. Que essa revelação não desencadeie menos oportunidades na carreira de Benevenuto, um dos nomes em ascensão do VAR no País. A nossa preocupação se ampara na mentalidade sexista que tem imperado na CNA em 2022, inclusive com as mulheres perdendo espaço nas escalas de forma injustificável. À ANAF, cabe fiscalizar e combater com coragem e independência as distorções, miopias e preconceitos na condução da arbitragem brasileira. Que o exemplo de coragem de Benevenuto inspire os árbitros do quadro nacional a se posicionarem sobre todo e qualquer tema, mostrando independência em relação às comissões de arbitragem. Só assim a nossa categoria será realmente valorizada e respeitada.
Minha unidade,
Salmo Valentim
Presidente da ANAF