A CBF reduziu em 12,4% o número de profissionais utilizados em 2022 na Série A do Brasileiro quando comparado a temporada passada e concentrou 62,7% de todas as escalas em nomes de apenas quatro estados do eixo Sul-Sudeste. Somados, os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina receberam 254 escalas de árbitro, 465 de assistente, 244 de VAR e 229 de AVAR.
Esses são dados do Mapa da Arbitragem produzido pela ANAF com base nas escalas das 380 partidas do campeonato. Confira os números detalhados aqui
“Esses números são uma agressão a quem sonha e luta por uma arbitragem verdadeiramente nacional. Está claro para nós que o sotaque tem pesado mais do que a competência na hora de serem feitas as escalas. Se estivermos errados nessa avaliação, desafiamos a CBF a mostrar os critérios que embasaram as suas decisões na hora de distribuir as oportunidades para os árbitros na Série A do Brasileiro. É preciso dizer o que esses estados têm feito para se credenciarem a tantas oportunidades?”, disparou Salmo Valentim, presidente da ANAF.
Na contramão dos quatro estados, estão 12 que não receberam uma escala sequer de árbitro, 7 de assistente, 17 de VAR e 15 de AVAR. “Os números do Mapa são escandalosos. Limitaram a arbitragem brasileira a poucos nomes de quatro estados e os demais integrantes do quadro nacional são meros figurantes. Deveriam aproveitar o fim da temporada para entregar os seus escudos à CBF. Se não for através de um levante geral da categoria, nada vai mudar. O momento exige coragem dos árbitros e assistentes”, avaliou Salmo Valentim.
“Seria importante que Wilson Seneme viesse a público falar sobre o trabalho que está sendo desenvolvido. Desde que chegou à CNA, quantas visitas ele fez às Comissões Estaduais de Arbitragem para saber mais sobre os profissionais dos demais estados e regiões? O que ele fez para prospectar novos nomes? Essas pautas precisam ser tratadas com a devida transparência. Talvez a única explicação que ele saiba dar por hora é o porquê de ter pedido a Alício Pena Júnior (membro da Comissão) para fazer contato com os árbitros e assistentes pressionando-os a não se vincularem à entidade de classe”, cobrou Salmo Valentim.
“As explicações de Seneme, inclusive, ajudariam a acabar com os rumores de que as escalas sofrem enorme influência do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, sem nenhum critério técnico”, finalizou o presidente da ANAF.