Não podemos mais cruzar os braços e ficar simplesmente assistindo a escalada de violência que tem manchado o futebol brasileiro neste início de temporada. Vivemos um momento de barbárie que exigirá respostas contundentes de toda a comunidade esportiva. Do contrário, a omissão no presente pode nos cobrar um alto preço no futuro.
O que mais estamos esperando acontecer com árbitros, atletas e técnicos para tomarmos uma atitude verdadeira? É preciso que alguém morra para que assumamos a nossa responsabilidade como cidadãos e profissionais do futebol? Infelizmente, notas de repúdio aos atos e de solidariedade às vítimas não vão mudar o que tem acontecido. Ou nos unimos e agimos agora, ou amanhã pode ser tarde demais.
Não podemos consentir mais invasões de marginais aos vestiários ou aos campos, inclusive portando facas, para agredir atletas e membros das comissões técnicas; assim como não dá para aceitar bombas, pedras e outros artefatos arremessados contra os ônibus dos times ou contra os profissionais da arbitragem nas saídas de campo. Não devemos tolerar dirigentes desequilibrados que ameaçam de morte ou agridem covardemente árbitros e assistentes. Esses são exemplos extraídos deste início de 2022.
A ANAF tem consciência de que ninguém sozinho pode mudar essa realidade, mas tem convicção de que a união de árbitros, atletas, técnicos, clubes, federações, CBF e STJD pode escrever uma nova história no futebol brasileiro. Por isso, fazemos um apelo ao diálogo entre todos para buscar meios de combater com rigor a violência, indo às últimas consequências por respeito a nós e aqueles que nos amam.
Tratar disso se impôs como uma prioridade por todos os fatos relatados acima e que aconteceram em menos de 2 meses de bola rolando na temporada. Que árbitros, atletas, técnicos, clubes e entidades possam se sensibilizar e se unir nessa luta, compreendendo a responsabilidade e o poder que têm.
Minha unidade,
Salmo Valentim
Presidente da ANAF