1. Que erros são passíveis de punição?
2. O nome de quem errou tem peso na hora da decisão da penalidade?
3. Existe uma complacência maior com profissionais de uma ou outra federação?
4. Todos do quadro nacional recebem tratamentos iguais?
O anúncio do afastamento para reciclagem do árbitro Carlos Henrique Cardoso de Souza e do observador de VAR Gilberto Corrale suscitam as perguntas acima. E elas não podem ficar sem respostas. Faz-se urgente que aqueles que comandam a CNA se posicionem de forma transparente. Até porque, temos presenciado no futebol brasileiro uma seletividade na hora da aplicação das punições. Claramente, alguns árbitros e assistentes são blindados apesar das falhas recorrentes, enquanto outros servem de bode expiatório para atender os anseios da opinião pública. Isso tem gerado um desconforto e uma insegurança nunca antes vista entre os profissionais da arbitragem e, consequentemente, tem contribuído para mais erros em 2022.
Não só o VAR, mas a arbitragem como um todo no Brasil caiu em completo descrédito porque a CNA tem falhado na origem, ou seja, na capacitação dos seus árbitros e assistentes. E a reciclagem apresentada como alternativa é tão insuficiente e rasa quanto os cursos preparatórios. A ANAF tem batido nessa tecla e defendido direitos iguais para todos os profissionais, do acesso aos treinamentos de qualificação às punições. Assim construiremos uma arbitragem justa, em que pese exclusivamente a meritocracia.
Esse texto iniciou com perguntas e termina com mais uma: a má gestão do quadro e os consequentes erros em campo não deveriam também levar o presidente da CNA, Wilson Seneme, à reciclagem?